Uma breve história do Fedora

Postado por: Everton William em quarta-feira, junho 08, 2016 para


Foi no mês de agosto de 1991 que o jovem estudante Linus Torvalds anunciou o seu maior e mais expressivo trabalho. Um conjunto de códigos em linguagem C que, após a compilação, criava-se o atual e mais comentado Sistema Operacional do mercado, o Linux.

No começo, fazer este Sistema Operacional funcionar era uma tarefa ingrata. Antes de sua instalação, era necessário efetuar a compilação de todo o seu código utilizando outro sistema operacional como, por exemplo, o Minix e só depois efetuar a instalação em um disco rígido. Por este motivo, eram poucos os adeptos no seu inicio, do qual na maioria eram os próprios desenvolvedores do Kernel. Neste contexto, alguém fez a seguinte pergunta. Porque não distribuir o Linux já compilado, pronto para ser instalado?

Surgem então as diversas distribuições Linux que hoje conhecemos, são mais de 900 variações espalhadas pelo mundo, das quais as maiorias são apenas personalizações de distribuições já existentes. As principais distribuições que encontramos hoje são: Slackware, Red Hat/Fedora/Centos, Debian/Ubuntu, Open Suse, Gentoo e ArhLinux/Manjaro das quais são todas distribuições mães de outras distribuições.

O Slackware é a versão mais antiga e mais madura existente no mercado atualmente, como o próprio nome diz, Slack é um sistema operacional totalmente preguiçoso, desde a sua instalação até a sua configuração, tudo é praticamente manual, e quase nada, ou nada é configurado de forma automática, não iremos nos aprofundar nessa distribuição, pois ela não é nosso foco principal neste material.

Foi no ano de 1994 que surge a primeira distribuição com o objetivo de facilitar as configurações e a automatização dos processos do sistema Linux. Criada com uma considerável quantidade de ferramentas possibilitou a criação de várias outras distribuições. A Red Hat surgia com o intuito comercial, porém todas as suas ferramentas de configuração estavam sendo distribuídas com o código fonte aberto, possibilitando a reutilização e adaptação destes códigos em outros projetos, isso a tornou uma das distribuições mais utilizadas no mercado na época.

Foi a Red Hat que criou o primeiro sistema de gerenciador de pacotes, tornando a instalação dos aplicativos muito mais fáceis, com gerenciamento de dependências automatizadas, facilitando a vida daqueles que passariam a utilizar. Ela cria então os pacotes com a extensão RPM.

Mas como nem tudo são flores, A empresa Red Hat começa a focar seus esforços no mercado empresarial, tornando o Red Hat em um sistema operacional do tipo Enterprise, deixando de lado o mercado que era abrangido pela distribuição Red Hat Desktop, que até então era a distribuição com o maior número de usuários e adeptos existente, sua última versão disponibilizada foi o Red Hat 9.

Para cobrir esta lacuna que a Red Hat deixara ao descontinuar seu produto desktop, passa a ser criado o projeto Fedora. Combinando os esforços de parte da equipe da Red Hat e vários voluntários que, com a maior abertura, passaram a contribuir com melhorias, documentações e suporte comunitário nos fóruns. O Projeto Fedora herdou a maior parte dos usuários do Red Hat Desktop, tornando-se rapidamente uma das distribuições mais utilizadas no mundo.

A criação do Fedora trouxe consigo muitas polêmicas para a comunidade Linux Brasileira, entre elas o próprio nome escolhido, que na língua portuguesa é rapidamente associado à palavra "Fedor", mas claro sua origem é bem diferente desta.

Pensando em um nome que pudesse de alguma forma referenciar o descontinuado Red Hat desktop, o projeto Fedora ganha este nome devido ao chapéu vermelho representado na logo marca da própria Red Hat, um clássico muito utilizado na década de 20, deixando desta forma, uma ligação direta entre o velho Red Hat e o novo Fedora.

O Fedora, chamado inicialmente como Fedora Core trás consigo um aplicativo de instalação semelhante à versão 9 do Red Hat, exigindo equipamentos com mais de 1 GHz de processamento e 256 MB de memória RAM, a instalação padrão demora cerca de 30 minutos.

O pacote padrão traz o GNOME como gestor de desktop, podendo ser instalado o KDE, WindowMaker, XFCE entre outros, já vem com o browser Mozilla Firefox, com LibreOffice e suporte a diversos idiomas, além de uma grande diversidade de programas para servidores e desktops.

As novas versões do Fedora são lançadas aproximadamente a cada seis meses, tendo como padrão três versões-teste para validação e correção de defeitos, reportados através do sistema bugzilla do projeto. Atualmente (desde a versão 21) o Fedora está disponível em três versões principais: Fedora Workstation (para uso no desktop), Fedora Server (para servidores) e Fedora Cloud (para serviços na nuvem). Existem também os spins do Fedora, que são versões com aplicativos, ferramentas e ambientes gráficos diferenciados, tais como: o KDE, XFCE, LXDE, Games, Robotics, Security entre outros.